terça-feira, 4 de março de 2008

Em Busca da Simbólica Perdida




Na primeira imagem podemos observar o crescimento geométrico da rosa que se reproduz na rosácea. A segunda imagem (a rosácea norte da catedral de Notre-Dame de Paris) simboliza a Antiga Aliança de Deus com Israel, povo profeta encarregado de anunciar a vinda do Messias. A Virgem Maria, no centro, com o Menino Jesus ao colo, encerra e coroa o fim de uma época. O norte recorda-nos as origens do mundo e da fé.

Aliás, o ponto cardeal onde se situa a rosácea é determinante para a sua geometria e a escolha da sua iconografia.

Por outro lado e pela sua orientação solar, as fachadas da catedral e a sua abside são orientadas tendo em conta os quatro pontos cardeais. Cada ponto cardeal indica uma posição extrema do ciclo das estações e dos dias. O percurso da catedral reproduz, assim, o ano solar. É o caminho que conduz das trevas à luz.
O Outono ou crepúsculo a oeste; o Inverno ou meia-noite, a norte; a Primavera ou madrugada, a este e o Verão ou meio-dia, a sul:

Definitivamente, em termos de simbólica, a Idade Média não foi nenhuma "idade das trevas".

(Crf. Felix SCHWARZ, Symbolique des cathédrales, Huitième Jour, Paris 2002.)

1 comentário:

Artur Coelho disse...

A geometria sempre teve conotações com o sagrado. E é nas catedrais que encontramos a máxima expressão desta conotação.